Créditos de energia solar: mais economia na conta de luz

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Se você já tem um sistema de geração de energia solar ou está considerando instalar um em sua empresa, já deve conhecer muito dos benefícios de se tornar energeticamente independente.

O primeiro benefício que vem à sua cabeça com certeza é a redução dos custos com a conta de energia, certo? Não é para menos, afinal, o uso de painéis fotovoltaicos para geração de energia pode obter uma economia de até 95%! Mas você conhece e sabe como funcionam os créditos de energia solar?

Quando falamos de geração energia própria,  a economia não se deve apenas ao fato de seu negócio estar utilizando menos a eletricidade que vem da rede de distribuição.  Isso porque também é possível “emprestar” para a distribuidora o seu excedente energético, ou seja, a energia produzida pelos painéis fotovoltaicos e que não foi consumida.

Esse “empréstimo” é o que chamamos de sistema de compensação ou créditos de energia solar, que podem reduzir ainda mais o valor da sua fatura. Nesse texto vamos explicar todos os benefícios e como você pode aderir aos créditos de energia solar.

Quem pode aderir aos créditos de energia solar?

Não basta apenas gerar energia solar para ter direito à compensação, você precisa ser um consumidor cativo em sistema on-grid com micro ou minigeração. Fique tranquilo, vamos explicar a você o que significa cada um desses termos.

Sistemas off-grid x on-grid:

Existem dois tipos de sistema de geração de energia solar. O off-grid é um sistema que não está conectado a uma rede (ilhas e fazendas) e utiliza baterias para armazenar a energia, seu custo é muito elevado pelo preço das baterias e tem vida útil curta. Por outro lado, o on-grid é conectado à rede de abastecimento geral e, por isso, quando há excedente de energia, é possível lançá-lo na rede em troca de créditos de energia. 

como funciona a energia solar on-grid

Consumidor cativo x consumidor livre:

Já um consumidor cativo é aquele que está ligado à rede pública de distribuição e pode injetar o excedente nela.

Existem também os consumidores livres, que compram energia de distribuidoras e comercializadoras independentes e por isso não podem participar do sistema de compensação. Como o Mercado Livre de Energia não é regulamentado pela Aneel, os consumidores livres não podem utilizar créditos de energia.

Limite de potência:

Por fim, o seu sistema deve ser de micro ou minigeração de energia para poder injetar o excedente na rede e receber créditos. Vale notar que, enquanto os microgeradores têm potência de até 75 kW, os minigeradores ficam entre 75 kW e 5 MW. No entanto, a maioria dos estados brasileiros limita a participação no sistema de créditos aos geradores de até 1 MW, apenas em Minas Gerais o limite é de 5 MW.

Já os grandes consumidores de energia elétrica, como as indústrias, não podem ter um sistema fotovoltaico com potência maior que a demanda contratada.

Em resumo, se você quer inserir sua empresa no sistema de compensação de energia solar, ela precisa estar conectada à rede pública de distribuição e corresponder ao limite de potência do seu estado (1 MW em geral). Se seu negócio está adequado a esses requisitos, agora você precisa realizar um cadastro para receber os créditos de energia.

Como aderir ao sistema de créditos de energia

Se você percebeu que a sua empresa pode se beneficiar do sistema de créditos de energia, é preciso fazer um cadastro na distribuidora local e seguir alguns passos.

Em geral, é bastante simples, só é necessário um pouco de atenção a algumas partes do processo, principalmente as técnicas. Abaixo, listamos o passo a passo que você deve seguir após a instalação do sistema de geração de energia solar:

  1. O primeiro passo para aderir ao sistema, é preencher um formulário na distribuidora local solicitando acesso à rede e entregar junto com o projeto do seu sistema de geração.
  2. Após a entrega do formulário, a concessionária de energia emite um parecer técnico sobre o projeto. Nele, constarão os requisitos e exigências para que o sistema se enquadre.
  3. Faça a instalação dos equipamentos conforme a sua solicitação com as alterações indicadas no parecer.
  4. Após a instalação, você deve solicitar uma vistoria. Mas atenção, o prazo para essa solicitação é de 120 dias desde a emissão do parecer técnico.
  5. Em até 7 dias, um técnico enviado pela concessionária deve realizar a vistoria.
  6. Se houver alguma pendência na instalação, a distribuidora tem até 5 dias para fazer um relatório.
  7. Você deve regularizar as pendências e solicitar nova vistoria.
  8. Depois que a instalação for aprovada na vistoria, a distribuidora tem o prazo de até 7 dias para trocar o medidor e inserir a sua empresa no sistema de compensação de energia.

Então, apesar de um pouco burocrático, o processo não é complexo. O importante é ficar atento para cumprir os requisitos exigidos e não precisar repetir as vistorias. Caso não haja a necessidade de obras, o prazo para inserir a sua empresa no sistema de compensação de energia é de 34 dias para microgeradores e 49 dias para minigeradores.

Como aderir ao sistema de créditos de energia

Como funciona a compensação dos créditos de energia solar

Depois da instalação completa das placas solares na sua empresa, vamos ao que interessa: como os créditos de energia são gerados e como podem ser utilizados.

Com o sistema conectado à rede de distribuição, quando não é possível gerar energia solar o suficiente para o consumo próprio, a sua empresa passa a consumir da rede. Por exemplo, se você tem uma fábrica em que há turnos durante a noite, nesse período estará usando eletricidade da distribuidora. Porém, quando é gerada mais energia do que você precisa (o excedente energético), ao invés de desperdiçá-la, o sistema injeta ela na rede de distribuição.

E é essa energia injetada que vai se transformar em créditos. A Resolução Normativa nº 482 da Aneel determina que seja na proporção de um para um. Ou seja, cada kWh que é “emprestado” à distribuidora equivale à mesma quantia que pode ser abatida na fatura. 

Como os créditos de energia podem ser utilizados

Ao fim do mês, o relógio calcula o quanto você consumiu e o quanto gerou de energia. Se o consumo for maior que a produção, será cobrado apenas a diferença, pois o que você gerou será abatido em forma de crédito de energia. Agora, quando a geração for maior que o consumo, além do desconto, na sua fatura constará também o valor do excedente que sobrou para utilização nos próximos meses.

Os créditos de energia têm validade? 

Tem, sim! Eles valem por 60 meses a partir do dia em que foram gerados, o que é ótimo, pois, assim, você poderá utilizá-los em outros períodos em que o seu consumo é maior. Por exemplo, o excedente gerado durante o verão, que tem mais incidência solar, poderá ser utilizado no inverno, quando a luminosidade é mais baixa. 

Além disso, uma outra vantagem dos créditos de energia solar é que eles são contabilizados em kWh, e não no valor em reais que eles custavam no momento em que foram gerados. Dessa forma, caso o excedente tenha sido injetado na rede durante a bandeira branca, você poderá descontar a mesma quantidade no futuro, mesmo que seja na bandeira vermelha. Agora, se eles fossem creditados em valor monetário, você acabaria perdendo dinheiro, porque com a mudança de bandeira, o custo do kWh aumenta. Seria bem menos vantajoso, não é?

Há uma taxa cobrada pela concessionária de energia?

A concessionária de energia não cobra nenhuma taxa devido o cliente ter energia solar. Caso o cliente instale um sistema para abater 100% do consumo, ele ainda pagará o custo de disponibilidade de acordo com as fases do local. Por exemplo, para uma empresa que tem um sistema trifásico, em Joinville/SC, a disponibilidade mínima é 100kWh/mês.

O cálculo seria:
100 * R$ 0,74 = R$ 74,00 + impostos (Cosip e afins).

Confira detalhadamente como funciona essa cobrança no artigo abaixo:

TE e TUSD: entenda as taxas da conta de luz da sua empresa

Outras possibilidades para os créditos de energia

A Aneel ainda regulamenta outras formas de utilizar os créditos de energia que não só na unidade em que foram gerados. Também é possível transferi-los para um outra propriedade. Confira:

Autoconsumo remoto: Permite que o crédito seja abatido na fatura de outras propriedades. Para tanto, é necessário que sejam do mesmo titular (CPF ou CNPJ) e estejam na região de atendimento da mesma distribuidora. 

Geração compartilhada: Nessa modalidade, consumidores (Pessoas Físicas ou Jurídicas) podem se reunir em consórcio ou cooperativa para distribuir os créditos de energia em locais diferentes da unidade onde foram gerados. Assim como no autoconsumo remoto, é preciso que essas unidades estejam sob atendimento da mesma distribuidora.

Compensação de créditos por posto e horário:

Se a sua empresa é uma grande consumidora de energia elétrica, a sua tarifa é um pouco diferente, certo? A cobrança é feita por posto horário, o que significa que você paga mais nos horários de pico. Isso interfere também na forma como os seus créditos são compensados. Veja só, digamos que  a sua tarifa de pico é 5 vezes maior que a fora de pico. Isso quer dizer que, para compensar 50 kWh consumidos no pico, o sistema de energia solar da empresa teria que gerar 250 kWh para compensar. 

Fique atento a esses valores para gerir de forma mais eficiente a energia consumida e gerada no seu negócio.

Invista em energia solar e aproveite todos os seus benefícios

Agora você já sabe que a geração própria de energia solar pode ajudar a reduzir os custos da sua empresa com a diminuição do consumo de eletricidade da rede e com o abatimento na fatura dos créditos de energia. Mas há, ainda, outras vantagens!

Por exemplo, desde 2015, a cobrança de ICMS sobre a energia que é injetada na rede deixou de ser obrigatória, por recomendação do Conselho Nacional da Política Fazendeira (CONFAZ) e, atualmente, todos os estados adotam a isenção. Já a Lei nº 13.169 decretou que o excedente energético também não teria mais a cobrança do Pis/Cofins. Dessa forma, esses impostos são descontados na fatura de acordo com a quantidade de energia que a sua empresa injetou na rede.

Instalando um sistema de geração de energia solar na sua empresa, você também sentirá um menor impacto com as trocas de bandeira e o aumento da tarifa normal de eletricidade, pois estará produzindo grande parte do que consome. Com todos esses benefícios, você tem o retorno do investimento inicial entre 4 e 6 anos e o sistema se torna ainda mais rentável a longo prazo. Que tal se tornar energeticamente independente?

Acesse nossa calculadora para saber quanto você pode economizar com o uso de painéis fotovoltaicos e converse com nosso time!

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