Você já parou para analisar detalhadamente os itens cobrados na conta de luz da sua empresa? Se a resposta for sim, você deve ter se deparado com as siglas TE e TUSD e tido dúvidas sobre o que representam, certo?
Pois bem, TE e TUSD são taxas sobre o consumo e a distribuição de energia e todas as concessionárias devem apresentá-las claramente para o consumidor, assim como os impostos e índice de qualidade da energia.
É muito importante que você conheça os detalhes da sua fatura, para ter clareza sobre o que está pagando e até mesmo avaliar se é possível reduzir os custos com eletricidade. Por isso, elaboramos esse artigo para explicar a diferença entre as taxas TE e TUSD e também como elas são aplicadas em empresas e indústrias que utilizam energia solar. Continue lendo!
O que são TE e TUSD?
A Tarifa de Energia (TE) e a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) são duas das taxas que compõem o valor total das contas de energia residenciais, comerciais ou industriais. Esses valores já eram diferenciados nas resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas desde setembro de 2012 o órgão determina que eles sejam demonstrados separadamente para o consumidor na conta de luz.
Na prática, essas tarifas determinam o quanto você vai pagar pela energia que consome e pela estrutura que leva ela até sua empresa. Confira:
Tarifa de Energia (TE)
A TE é o valor que você paga pela energia que o seu negócio consome mensalmente. Ela é determinada pela Aneel em R$/kWh e seu aumento ou diminuição depende da gestão elétrica da sua empresa. Por exemplo, se de um mês para outro você notar um aumento desproporcional na TE da sua fatura, isso pode indicar que algum equipamento está apresentando falha e consumindo mais eletricidade do que deveria. Assim sendo, a TE é um dado importante para acompanhar a fim de aumentar a eficiência energética do seu negócio.
Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD)
Já a TUSD é a tarifa cobrada pelo uso do sistema de distribuição, ou seja, por todas as despesas que a concessionária tem para levar a energia da fonte até o consumidor final. Nela, são incluídos os custos com as instalações, equipamentos e componentes das redes de distribuição como as subestações, transformadores e postes.
Para essa tarifa, a Aneel estabelece um valor único em R$/kWh, seguindo o princípio da modicidade tarifária, isto é, cobrando o menor valor possível para que as manutenções no sistema sejam realizadas e a energia seja distribuída com qualidade para o usuário.
Com a demonstração diferenciada dessas duas tarifas, o objetivo da Aneel é passar com clareza para o consumidor quanto ele está pagando por cada etapa do sistema de geração e distribuição de energia. Assim, as concessionárias e distribuidoras são obrigadas a agir de forma mais transparente por conta da apresentação dessas informações.
Como calcular TE e TUSD?
Como explicamos anteriormente, o cálculo é feito por KWh consumidos no mês, ou seja, se você consumir 2000 KWh no mês, você vai encontrar a sua conta assim:
- TE: 2000 KWh multiplicados pelo valor tarifa
- TUSD: 2000 KWh multiplicados pelo valor tarifa
O valor da tarifa para TE e TUSD é diferente, então você vai encontrar valores cobrados diferentes para cada uma.
Como é composta a conta de luz?
Mas não são apenas a TE e a TUSD que determinam o valor total da conta de energia elétrica da sua empresa. Junto a elas, são cobrados os tributos e encargos setoriais determinados por lei.
De acordo com a ANEEL, a maior parte da fatura (53,5%) é referente ao consumo de energia, transmissão e encargos setoriais. A transmissão, nesse caso, é tudo o que engloba o transporte da energia da unidade geradora (a usina hidrelétrica, por exemplo) até a subestação que vai distribuir para as unidades consumidoras. Já os encargos setoriais são valores determinados por lei que são utilizados para financiar o desenvolvimento do setor elétrico do país.
Outros 29,5% da conta de energia são os impostos federais (PIS e COFINS), estaduais (ICMS que podem variar entre os estados, e municipais (CIP/COSIP). E os 17% restantes são cobrados para suprir os custos da distribuição.
É importante notar que consumidores que têm um sistema de geração própria, como o de energia solar, além de pagarem menos devido ao consumo reduzido de eletricidade da rede, também podem ter isenção do ICMS e do PIS/COFINS, como vamos explicar a seguir.
A conta de luz de empresas que geram energia solar
As empresas que possuem geração própria de energia, como os painéis fotovoltaicos de energia solar, por exemplo, continuam recebendo suas contas de luz com a cobrança de TE e TUSD. Isso porque utilizam eletricidade da rede de distribuição durante a noite ou em dias de baixa luminosidade, por exemplo. Esses valores, no entanto, são muito mais baixos, por conta do consumo reduzido em até 95%. Imagine a possibilidade de ter essa economia todos os meses e poder investir esse valor em outros setores que demandam atenção?
E a economia não está só relacionada ao baixo consumo de energia. Quem produz a própria energia elétrica ainda pode injetar o excedente – ou seja, aquilo que gerou e não consumiu – na rede. Funciona como um empréstimo. Digamos que sua empresa gerou um excedente de 1 MWh no mês e que foi “emprestado” para a distribuidora. Em troca, esse valor pode ser reduzido da sua fatura ou “guardado” como um crédito de energia solar que pode ser resgatado em até 60 meses.
Além disso, quem gera excedente de energia solar também recebe isenção do ICMS e PIS/COFINS na TE pela energia que é injetada na rede. Essa isenção é válida para micro e minigeração de energia, com potência máxima de 1 MW, com exceção de Minas Gerais, onde o limite é de 5 MW.
Entenda também o que é e como funcionam as bandeiras tarifárias.
Saiba como os créditos de energia solar trazem mais economia na conta de luz.
Ficou mais simples entender a diferença entre TE e TUSD e como ler a conta de luz da sua empresa? Esperamos que sim e que esse conteúdo também ajude você a tornar a gestão energética do seu negócio ainda mais eficiente!
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